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A menor drupa de todos os tempos mostrou como será o futuro da impressão mundial

A Drupa, tradicionalmente um ícone global das feiras comerciais, está enfrentando um desafio significativo em 2024. O evento, que sempre atraiu grandes multidões, registrou o menor número de visitantes de sua história, com apenas 170.000 participantes. Para você ter uma noção a drupa anterior em 2016 teve 260.000 visitantes mesmo após oito anos sem o evento mais importante do mercado gráfico. Essa queda não é surpreendente, considerando a internacionalização e busca de novos mercados de forma massiva que começou em 2016. No entanto, a implementação dessa estratégia não conseguiu atrair o público suficiente para a gigante área na Messe Dusseldorf, na Alemanha.

Não me entenda mau, isso não quer dizer que não gostei do que vi. Tecnologicamente e mercadologicamente foi muito bom ver as tendências globais dos mercados e equipamentos. Afinal foram 1.643 expositores de 52 países. Em 2016 foram 1.828 expositores de 54 países. Mesmo essa queda no número de expositores, ficou claro que há uma mudança radical e a clara necessidade de mudanças dos organizadores, visto que o paradigma da indústria gráfica mundial mudou e formatos antigos não cabem mais no mundo moderno.

Desafios da Drupa em 2028

Internacionalização e Público Local

A internacionalização da Drupa foi um passo estratégico, mas a forma como foi executada afastou os visitantes europeus. Em 2024, a feira mostrou um caráter predominantemente americano. Para muitos players do mercado europeu, não há razão para comparecerem, já que as mensagens da região anglo-americana são constantemente disseminadas online. A mesma situação se aplica aos expositores norte-americanos, que se perguntam por que deveriam comparecer à Drupa quando já ouvem as mesmas mensagens em feiras comerciais nos EUA e Reino Unido.

As empresas de forma geral até acreditaram nesta edição de 2024, mas a falta de público motivará muitas a rever o budget para a edição de 2028. Será necessário muita mudança no formato, atrair o mercado de embalagens flexíveis, labels além do digital para esses segmentos de impressão. Quatro anos a tecnologia, seja elas quais forem, avançará exponencialmente e modelos engessados de apresentação de negócios presenciais, não caberá mais em pouco tempo.

A concorrência é forte

Se no passado a drupa não tinha uma concorrência forte de outras feiras e eventos, porque o foco era no mercado de impressos comerciais, publicações e embalagens cartonadas impressos em processo offset, hoje a realidade é bem outra. E o mercado gráfico (se é assim que vamos continuar chamando-o) está em outras feiras grandes como a K Fair (Dusseldorf) maior feira de plásticos do mundo e já conta com 3.037 expositores para a próxima edição em 2025 e muitos são empresas fabricantes de impressoras flexográficas, rotográficas e digital. Além dessa, NPE – The Plastics Show (Estados Unidos), Chinaplas (China), Plastimagen (México), Interpack (Alemanha) entre outras.

E feiras de plástico no Brasil como a Feiplastic – Feira Internacional do Plástico (que integrou a Brasilplast)

Outras feiras como a FESPA Global Print Expo (Europa), Printpack India (Índia), SGIA Expo / PRINTING United (Estados Unidos), Graph Expo (Estados Unidos), ExpoPrint Latin America (Brasil), Interpack (Alemanha), China Print (China), All in Print China (China) e Pack Expo (Estados Unidos) também estão tentando desafios e são concorrentes importantes.

Infraestrutura e Custos

A Messe Düsseldorf, local da Drupa, passou por melhorias na entrada sul, mas em termos de infraestrutura, ainda deixa a desejar. Os custos de utilização da infraestrutura são elevados, tornando a participação inacessível para empresas menores. Muitas startups estão optando por utilizar canais online em vez de investir na presença física na feira. O modelo de negócios digital é predominante e essas empresas jovens preferem alocar seus recursos de maneira mais eficaz.

Os custos de utilização da infraestrutura são elevados, tornando a participação inacessível para empresas menores.

A Nova Realidade da Indústria Gráfica

A Indústria Gráfica 2.0

O que mais chocou os organizadores foi a percepção de que muitos membros da Iniciativa de Impressão Online (IOP) não consideram a Drupa importante. As novas empresas da indústria gráfica, como Gelato, Cloudprinter e ctrl-s, são pouco representadas na feira. Os expositores ainda focam na “velha economia”, sem refletir as mudanças significativas na indústria gráfica global.

Inovação e Mercado Global

Quase todos os inovadores da “Indústria Gráfica 2.0” são originários da Europa, especialmente da região Alemanha, Áustria e Suíça. Sem a presença significativa de fornecedores de software, as áreas de negócios diferenciadas não são bem representadas na Drupa. Questões atuais, como personalização em massa e impressão online, foram abordadas apenas superficialmente, mostrando uma desconexão com a realidade do setor.

A Necessidade de Reinvenção

Atratividade e Satisfação dos Expositores

A Drupa enfrenta um dilema crucial: como atrair visitantes suficientes para tornar a feira atraente para os expositores e, ao mesmo tempo, garantir a satisfação dos principais expositores? Uma pausa de oito anos revelou uma mudança significativa no mundo da impressão, com novas regras e inovações que a Drupa não acompanhou. Novos formadores de mercado criaram suas próprias plataformas, enquanto a Drupa ficou estagnada no modelo que sempre deu resultado. Mas o sucesso do passado não garante o sucesso do futuro.

Ficou perdida também para qual lado ir, visto que processos e mercados dominados pelo processo de impressão offset focado em impressos comerciais, livros, revistas e jornais simplesmente foram reduzidos drasticamente nos últimos 10 anos e o que sobrou foi dominado pela impressão digital.

O Futuro da Drupa

Para se manter relevante, a Drupa precisa de um conceito novo e mais inovador. É essencial abordar grupos-alvo que ainda não se sentiram bem-vindos e se reinventar para atender às demandas de um mercado em constante evolução. A próxima geração de impressores, que não tem ligação emocional com a Drupa, precisa ser convencida do valor da feira.

Drupa & Printing United anunciam parceria estratégica

E já começaram a se movimentar. A partir de 2024, a parceria entre as principais feiras comerciais mundiais, drupa e PRINTING United Expo, localizadas respectivamente na Europa e na América do Norte, irá ampliar o alcance de cada marca na indústria. Ambas as organizações, com seu foco no cliente, buscam tornar todos os seus eventos ainda mais relevantes e benéficos para participantes e expositores no dinâmico cenário da tecnologia de impressão.

Ford Bower, CEO da Printing United Alliance e Sabine Geldermann, Diretora da drupa, anunciaram a parceria logo após o fim do evento.

Conclusão

A Drupa ainda é um indicador importante da indústria gráfica global, mas precisa se adaptar aos tempos modernos. A feira deve abraçar a inovação, melhorar sua infraestrutura e reduzir os custos para atrair mais expositores e visitantes. A reinvenção é necessária para garantir que a Drupa continue a ser um evento relevante e indispensável para a indústria gráfica mundial. Mesmo assim, a Drupa de foi positiva por mostrar para onde aponta o rumo da indústria gráfica mundial.


Meta Description

“Descubra os desafios e a necessidade de reinvenção da Drupa 2024, a icônica feira da indústria gráfica global, que enfrenta um declínio histórico de visitantes e a necessidade de adaptação às novas realidades do mercado.”

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